NEM TODAS AS PESSOAS PODEM

VIOLÊNCIA E PODER NO CONTO “PAI CONTRA MÃE”, DE MACHADO DE ASSIS

Autores

  • Vanessa Lara de Souza Santos Universidade Federal do Amazonas

Palavras-chave:

poder, violência, conto, machado, assis

Resumo

Este trabalho tem como objetivo geral a investigação de como se estabelecem as relações de “poder” e “violência” no conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, entre as personagens Cândido e Arminda. À luz de teóricos (FOUCAULT, 1979; ARENDT, 2004; BOURDIEAU, 2012; HAN, 2017;
GOMES, 2021), assume-se que “poder” e “violência” são conceitos relacionados. Como objetivos específicos, estabeleceram-se os seguintes: i) Analisar como as palavras do campo semântico “natural” trazem o que é culturalmente construído e, por isso, normalizado; ii) Observar como se
constrói a microfísica da violência no conto e ii) Verificar como o “poder” se estabelece na relação entre as personagens Cândido Neves e Arminda, destacando os motivos pelos quais Cândido, ao final do conto, diz a seguinte frase: “Nem todas as crianças vingam”. Para isso, foi analisado o conto de Machado de Assis através de teóricos a fim de abordar como o “poder” circula entre as personagens e como a microfísica da violência se faz presente. Com essa análise, pretende-se contribuir com as discussões a respeito de “poder” e “violência” em um texto machadiano. Este trabalho demonstrou que, no conto, o que é dito como “natural” é, na verdade, naturalizado pelas instâncias de poder vigentes, além disso, a personagem Arminda sofre não só a “violência” física, como também a simbólica, já que o “poder” está nas mãos da personagem Cândido.

Downloads

Publicado

2023-12-23