O RISO NO CANAL “DECONFINADOS”
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO HUMOR POR EVANGÉLICOS EM PRÁTICAS DISCURSIVAS NO YOUTUBE
Palavras-chave:
teoria semiolinguística; evangélicos; riso; humor.Resumo
Este artigo é resultado dos estudos realizados na dissertação de mestrado intitulada “Evangélico também faz rir: uma análise discursiva do humor do canal ‘Desconfinados’”, e visa compreender e vislumbrar a construção do riso no discurso nos esquetes desse canal. Para esse objetivo ser explorado, a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau torna-se relevante como pressuposto teórico-metodológico, mas também levou-se em conta as reflexões de Vale (2013) sobre os estudos de Propp (1992) acerca do riso. Quanto ao corpus, cinco esquetes do canal são representativos para a análise, com os temas relacionados ao mundo evangélico. Cabe relatar que as análises são voltadas aos atos de comunicação humorísticos (ACHs) nas falar das personagens dos vídeos. A problemática que envolve o trabalho está relacionada ao questionamento sobre como o riso se faz presente no canal, tendo em vista que o riso tem a tendência de ser maléfico, mal visto, e possui o risco de insultar os outros e, no caso do cristianismo em especial, pode ser até mesmo diabólico. Isto posto, cabe relatar alguns breves resultados da pesquisa, a saber: (i) há, nos esquetes do canal, setenta e três ACHs no total; (ii) quanto ao riso no discurso, constata-se que, devido à prevalência de derrisão no corpus em relação aos alvos (na cena ficcional a derrisão ocorre cinquenta e oito vezes; na cena não ficcional, há quarenta e uma ocorrências), há uma prevalência do riso de zombaria. Além disso, é possível afirmar em alguns momentos a presença do riso maldoso, especialmente quando mulheres/moças são atacadas; e (iii) o riso de zombaria e o riso maldoso são voltados, consideravelmente, contra as personagens que representam mulheres/moças.
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